segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A Mente

Modelos são representações que procuram se adequar à verdade. A verdade, é uma só. Os modelos, são muitos. Eis aqui mais um, para a mente.

A mente é um computador cuja finalidade é processar coisas que causam inquietação com o objetivo de eliminá-las. Ela possui memória e processador.

A memória armazena os pensamentos que causam inquietação, sofrimento, na ordem do mais importante para o menos importante no momento.

O processador, que é o raciocínio, pega o pensamento mais importante no momento e o fica analisando com o objetivo de eliminá-lo, ou seja, produzir paz. Ao invés disso, entretanto, em geral são gerados mais pensamentos de sofrimento e inquietação, que são armazenados de volta na memória.

Após um pensamento ter sido processado pelo raciocínio, este imediatamente pega o próximo da fila na memória e o ciclo recomeça indefinidamente.

Como a finalidade da mente é processar pensamentos que causam inquietação e sofrimento de modo a eliminá-los, todos os pensamentos presentes na mente são fonte de sofrimento. Assim, quanto menos cheia estiver a mente, menos sofrimento haverá.

Moral da história: paz é sinônimo de mente vazia, mente vazia é sinônimo de paz.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

É isso aí...

Ah, se o mundo inteiro me pudesse ouvir
Tenho muito pra contar
Dizer que aprendi

Que na vida a gente tem que entender
Que um nasce pra sofrer
Enquanto o outro ri

Mas quem sofre sempre tem que procurar
Pelo menos vir achar
Razão para viver

Ver na vida algum motivo pra sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar



Mas quem sofre sempre tem que procurar
Pelo menos vir achar
Razão para viver

Ver na vida algum motivo pra sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar

sábado, 13 de outubro de 2007

Eu, zumbi?

Qual o sentido de uma vida sem sentido? Qual o sentido de uma vida em que não há nada além de permanecer vivo? Qual o sentido de acordar todos os dias sem qualquer perspectiva de dar um único sorriso? Qual o sentido de ir dormir todos os dias sem a perspectiva de dar um sorriso no dia seguinte? Acordar e dormir. Dormir e acordar. Qual o sentido? Por que viver um vida assim? Por que se permitir viver uma vida assim?

Por nada, além de por medo. Medo: a única força que move um ser humano a se permitir sofrer. Mas medo de quê? Eu pergunto: medo de quê? Tem sentido me permitir viver um vida sem sentido por medo? Uma vida medíocre. Que medo é esse? E quanto ao medo de viver uma vida assim? Muito mais do que medíocre: horrível. Será que eu não tenho medo disso? Tenho, muito.

Um ser humano não se satisfaz apenas com pão. Não existe um único ser humano que consiga viver só com pão. Ninguém vive sem circo. O sorriso é necessário à vida. O sorriso é a própria vida. O choro pode ser aprendizado. Mas o sorriso é vida. O pão é a vida do corpo. O sorriso, é a vida do espírito.

Ausência de sorriso é ausência de vida. Quem duvida disso talvez não tenha tido a oportunidade de conhecer a depressão. Ainda bem. Vírus e bactérias consomem o corpo. A depressão consome a alma. Suga toda a vontade de sorrir. Tira toda a vontade de se mover. Tanto em atividades físicas quanto intelectuais. Reduz um ser humano a apenas um corpo físico. Um corpo sem vontade de viver. Um corpo sem alma. Um corpo sem vida. A imagem de um zumbi.

Não existe vida verdadeira sem sorriso. Se permitir uma vida sem sorriso é condenar o próprio espírito à morte. Será que existe algum medo que valha isso tudo?

sábado, 6 de outubro de 2007

O fim do fim de semana

Quando passo a semana mal, angustiado, espero a sexta-feira chegar e o fim de semana mostra que as coisas não são tão ruins como pareceram durante a semana. Ruins, mas não tanto, senão o fim de semana não teria como mostrar isso. Quando passo a semana bem, não angustiado, espero que a sexta-feira não chegue, porque o fim de semana mostra que as coisas não são tão boas quanto pareceram durante a semana. Boas, mas não tanto, senão o fim de semana não teria como mostrar isso. De novo, nem tudo é tão ruim nem tão bom quanto eu penso. O fim de semana me mostra isso. Ora pra um lado, ora pra outro. Eis o seu fim.

Mulher de fases...

E quantas fases... Mas um dia, tudo se estabiliza... Enquanto isso, eu fico aqui, e deixa a vida me levar, às 6 da manhã :-( Complicada e perfeitinha... Menininha de fases... Menininha.



(25/05/2009) Relendo isso, acabo de me dar conta de que uma das maiores dádivas humanas é a capacidade de aprender e se libertar de si mesmo :-P

Sou muito grato por isso e reconheço o valor de ter convivido com pessoas que aparentemente me causaram sofrimento no passado. Sem elas, eu ainda não teria aprendido o que já aprendi e seria menos livre, continuaria aprisionado naquele sofrimento causado na verdade pela minha ignorância.

E, sem outras como aquelas, eu jamais irei aprender o que ainda não aprendi e continuarei aprisionado por toda a ignorância que ainda vive em mim. Por exemplo, a ignorância que às vezes ainda me faz sentir raiva daquelas pessoas ao me lembrar de certas coisas.

domingo, 30 de setembro de 2007

Matéria, energia, e vice-versa

Nesse momento em que o álcool inunda meu cérebro, as idéias começam a sair, fugindo assustadas, tal qual os tatus de suas tocas inundadas pela chuva. Vou falar agora sobre a relação entre matéria e energia, dissertando acerca do modelo que minha imaginação fértil inventou. Ele tem tudo a ver com o Heeman e os escudos de força presentes em suas histórias.

Uma coisa é certa: toda recursão tem seu caso base. Desse modo, podemos dizer que a matéria é composta de partes, que por sua vez são compostas de outras partes, que por sua vez são compostas de outras partes. Até que uma hora chegamos a uma parte mínima, indivisível, a bolinha básica de matéria. Inicialmente, acreditava-se que essa bolinha básica fosse o átomo. Descobriu-se então que não, o átomo é composto de outras partes menores. Partes essas que por sua vez também são compostas de partes menores. Mas o que interessa é que, seja qual for, deve haver uma partícula indivisível de matéria. E é sobre ela que eu quero falar.

O que é essa partícula básica de matéria? De que ela é feita? Minha idéia é a seguinte: ela é energia. Energia em alguma forma condensada. Não sei que forma, não sei de nada, não faço idéia mesmo. Aliás, não sei nem o que é energia. Só sei que a partícula elementar de matéria deve ser uma bolinha de energia com a seguinte propriedade: duas bolinhas de energia desse tipo não podem ocupar o mesmo lugar no espaço simultaneamente. Por alguma razão que eu também não faço idéia, só sei que deve ser assim. Quando uma bolinha de energia encosta em outra tentando penetrá-la, ela recebe uma força de mesma intensidade mas sentido contrário, que a impede de ocupar simultaneamente o mesmo lugar no espaço que a outra bolinha. De novo, não sei porque, não sei como funciona.

Tudo o que eu tenho é uma abstração: a partícula elementar de matéria é uma bolinha de energia condensada com a propriedade de que outra bolinha do tipo não pode penetrá-la. Em cima desse componente básico, constrói-se toda a matéria conhecida. Ou seja, toda a matéria conhecida é composta de bolinhas de energia. Assim, toda matéria é de fato, energia.

Pra ilustrar melhor. Quem se lembra dos escudos de força dos desenhos do Heeman e dos Thundercats? Eram esferas gigantes e invisíveis, mas eram impossíveis de serem penetradas. Ninguém conseguia passar por elas. Pois então, as bolinhas básicas de matéria são exatamente iguais àqueles escudos de força, mas muito menores.

Essa bolinha de energia é estável dentro de certas condições. Fora delas, ela perde suas propriedades de matéria e se desfaz, tomando uma forma convencional de energia conhecida, como a luz, por exemplo. Que condições são essas? Não sei. Mas será que isso explica o porquê massa se "transforma" em energia em velocidades próximas à velocidade da luz? Será que o fato de chegar próximo à velocidade da luz não faz com que a bolinha perca sua estabilidade e se degenere em energia convencional, ou seja, luz?

Em resumo, a matéria perde suas propriedades de matéria e degenera em energia convencional. Degenera, e não se transforma, porque na verdade, matéria e energia têm a mesma natureza. São apenas estados e formas distintas da mesma coisa. Assim como gelo e vapor de água o são: formas distintas da mesma coisa, água.

sábado, 29 de setembro de 2007

Pior que nem frio tá...

Estou aqui na ponte, esperando no escuro, pensei que você ia estar aqui agora... Não tem nada fora a chuva, nem pegadas no chão... Estou escutando mas não tem som nenhum... Será que não tem ninguém tentando me encontrar? Será que ninguém vai vir e me levar pra casa?

É uma droga de uma noite fria, estou tentando entender a vida... Será que você não vai me pegar pela mão e me levar pra algum lugar novo? Não sei quem é você, mas eu vou com você... Eu vou com você... Eu vou com você.

Estou procurando um lugar... Procurando por um rosto... Tem alguém que eu conheço aqui? Porque não tem nada dando certo, tá tudo uma bagunça, e ninguém gosta de ficar sozinho... Será que não tem alguém tentando me encontrar... Será que não vai aparecer alguém e me levar pra casa?

É uma droga de uma noite fria, estou tentando entender a vida... Será que você não vai me pegar pela mão e me levar pra algum lugar novo? Não sei quem é você, mas eu vou com você... Eu vou com você... Eu vou com você.

Por que tudo está tão confuso? Talvez eu só esteja meio louco... Acho que sim.


sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Close your eyes... and dream...

She walked by the ocean,
And waited for a star,
To carry her away.

Feelin' so small,
At the bottom of the world,
Lookin' up to God.

She tries to take deep breaths,
To smell the salty sea,
As it moves over her feet.

The water pulls so strong,
And no-one is around,
And the moon is looking down.



Sayin',
Rosie - come with me,
Close your eyes - and dream.

The big ships are rollin',
And lightin' up the night,
And she calls out, but they just her pass by.

The waves are crashin',
But not making a sound,
Just mouthing along.

Sayin',
Rosie - come with me,
Close your eyes and dream,
Close your eyes and dream,
Close your eyes and dream.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O espelho da alma

Os olhos dizem muito sobre alguém. Talvez digam tudo aquilo que mais importa, pelo menos pra mim, saber. Quando vemos alguém pela primeira vez, ainda não temos uma idéia concebida sobre aquela pessoa, mas conseguimos ter uma intuição a respeito de como ela é: é séria, brava, aquele tipo de pessoa que só de chegar perto o clima já fica pesado, ou ao contrário, é leve, agradável, aquele tipo de pessoa que transmite alguma paz ou alegria ao ambiente em que está.

São os olhos, ou o olhar (talvez dentre outras coisas como o jeito de falar), que nos dizem isso. É a tal da primeira impressão. Em geral, ela se confirma quando passamos a conhecer a pessoa ao longo do tempo, conhecer de verdade, ir além da casca. Talvez a pessoa tenha uma casca diferente daquilo que intuimos à primeira vista, no olhar, mas a essência, no fundo, no fundo, em geral reflete aquela impressão.

Acho que é a mesma coisa que faz alguém ser rotulado de simpático ou não. Isso é o tal do carisma, ou pelo menos parte dele. Aquela pessoa que, faça chuva ou faça sol, tem sempre aquela expressão pesada, fechada, mesmo quando sorri, não é simpática, por maior que seja sua beleza física. Por outro lado, aquela pessoa que tem a expressão leve, o sorriso verdadeiro, é simpática, ainda que sem beleza física.

Quantas pessoas conhecemos que nos causam asco, que nos sentimos mal só de ficar perto, mesmo sem que elas façam algo de ruim? Quantas pessoas conhecemos que nos causam impressão contrária, que nos sentimos bem com a presença, que têm aquele sorriso com olhar vivo, com brilho, como se emanasse dos olhos algum tipo de energia que nos faz bem?

Não há nada como olhar pra alguém com aquele sorriso. Era só isso que eu estava pensando agora. Que os olhos são mesmo o espelho da alma. E a beleza da alma, é a beleza interior. Ainda bem.

domingo, 23 de setembro de 2007

Um velho conhecido

Ouvir Norah Jones de novo, depois de tanto tempo é bom. Me coloca em contato com um velho conhecido que se perdeu num passado não muito distante. O Rodrigo de uma primavera passada. Um que tinha paz de espírito, depois de ter saido do próprio inferno. Sinto alguma falta daquele velho conhecido. Nada nostálgico. Mas seria bom promover outros encontros. Quem sabe conviver com ele possa modificar o Rodrigo de agora.

Não há duas verdades

Nosso mundo interior nunca é o mundo real de fato. Há 6 bilhões de mundos interiores na Terra, mas somente um mundo real. Nem tudo é tão ruim, nem tão bom, como sentimos.

O sofrimento do sofrimento

Sou viciado. A droga? "sentir-se bem". Há algum tempo estou sem ela. Tenho tido crises de abstinência. Angústia enlouquecedora é o principal sintoma.

Não me sinto bem, logo, automaticamente me sinto mal? Ou será tudo culpa da abstinência: não me sinto bem, e quanto mais me preocupo com isso, pior me sinto... quanto pior me sinto, mais me preocupo com isso, e pior me sinto... então, quanto pior me sinto, mais me preocupo com isso, e pior me sinto... assim, quanto pior me sinto, mais me preocupo com isso, e pior me sinto... dessa forma, quanto pior me sinto, mais me preocupo com isso, e pior me sinto... por isso, quanto pior...?

Olha só isso. Eu deveria ter só um problema: o problema por causa do qual eu não me sinto bem. Mas, como se não bastasse, eu consegui criar outro: me preocupar por não me sentir bem. O primeiro, me deixa triste. O segundo, angustiado.

Mais ou menos assim: eu não tenho comida agora, mas isso não me afeta, porque não estou com fome. Esse "não ter comida" é o problema original. Além de não ter comida, eu estou preso em uma sala. Estando preso, eu não vou ter como conseguir comida quando precisar. Então, penso que vou sofrer no FUTURO, quando tiver fome. Isso me deixa angustiado. Sofro AGORA, por achar que vou sofrer no FUTURO. Entende? Sofro AGORA, mas não pelo problema original (não ter comida), já que ele não me afeta agora. Sofro AGORA, por achar que vou sofrer no FUTURO.

Moral da história? Problema pouco é bobagem. Sempre, sempre mesmo, conseguimos deixar pior o que já esta ruim. Quanta habilidade.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Um remoto controle

A gente passa a vida achando que tem o controle das coisas. Acha que pode qualquer coisa desde que queira. Até que encontra um muro bem alto e se dá conta de que não consegue pular. Se dá conta de que na verdade não pode quase nada daquilo que realmente importa.

Pode passar no vestibular, pode aprender vinte e três idiomas, pode resolver a equação de Schrödinger, pode conseguir aquele emprego que todo mundo gostaria, pode terminar a faculdade, pode ganhar dinheiro, pode conhecer quarenta e sete países, pode... Pode tudo, não? Pode nada.

Não pode mudar os sentimentos de alguém. Não pode trazer de volta quem se foi. Não pode curar certas doenças. Não pode mudar o imutável. No fim das contas, só podemos mudar a nós mesmos. Se os fatos são imutáveis, só podemos mudar o modo como os enxergamos. Essa é a parte difícil. E como.

Modificar a si mesmo. Às vezes isso é tão difícil. Enxergar as coisas sob outro ângulo. Principalmente quando a nossa visão está obfuscada pela raiva e pelo rancor. Houve uma vez em que consegui. Foi muito bom e gratificante. Vencer a si mesmo é a maior vitória que um ser humano pode alcançar.

Novamente me vejo em uma situação do tipo. E, nesse momento, só espero conseguir de novo. Mas ainda não vejo luz alguma no fim do túnel. Desanimar é humano, não é? Ter convicção de que a vida tem um sentido (superar a si mesmo) não impede alguém de ficar cansado e desanimar, não é?

Sei lá. Uma certa pessoa me diz: "o problema é que nos acomodamos e paramos de pensar na vida". Mas e daí? Que mal tem viver um pouco, simplesmente viver, sem grandes questionamentos. Que mal tem? Quem disse que porque o sentido da vida (a minha) é superar a si mesmo, eu preciso passar o tempo todo como um ser angustiado e pensativo? De que adianta pensar se isso nunca te levar à paz? E, caso leve, você não se permita simplesmente viver, ficar "acomodado"? Por que acreditar que a única forma digna de existência é o sofrimento?

Enfim, não temos controle sobre muito, talvez tudo, daquilo que realmente importa. Exatamente isso é que nos obriga a mudar quando nos deparamos com certas situações da vida: sofremos e não podemos mudar o mundo, então só nos resta mudar a nós mesmos. Esse é o mecanismo da evolução espiritual, de se tornar melhor. Mas, sofrer é um meio para mudarmos, e não uma finalidade para a vida. Acho que a finalidade maior é ter paz, e simplesmente viver.

Gostaria que fosse mais fácil fazer do que falar.

Desligar

Certa vez alguém disse na TV: "um suicida é alguém fraco que não agüentou a vida e resolveu fugir". Na minha humilde opinião, quem disse isso não faz idéia do que sente um suicida.

Imagine você amarrado pelos pés e pelas mãos em um certo lugar. Então, vem alguém e começa a espetar você com uma agulha. É incômodo, mas no começo você agüenta. O tempo vai passando, e não param de te espetar. Você começa a ficar mais e mais incomodado. E o tempo vai passando, passam-se as horas, e nada muda. Ainda estão lá e não param de te espetar. Você começa a ficar louco. E continuam te espetando. Você vai ficando mais e mais louco, até que não consegue suportar mais.

É exatamente isso o que acontece a um suicida. Mas é um pouco pior. É pior, porque a perturbação não é física, mas sim mental. É como se estivessem espetando a sua mente o tempo todo e nunca parassem. E você não consegue nem ao menos enxergar a agulha que te espeta. Não são pensamentos muito claros, são muito confusos. O tempo passa, e nada muda. Você começa a não agüentar mais. Sua mente está totalmente tomada por essa perturbação. Chega um ponto em que isso se torna insuportável.

Quando não é mais possível suportar, o único objetivo passa a ser "desligar" a mente. Ela está trabalhando freneticamente, não é mais possível suportar, então é necessário desligar. Há dois modos simples para isso. O primeiro, são as drogas (qualquer coisa que tome o controle da sua mente), inclusive o álcool. O segundo, é literalmente desligar a mente, se matar.

O senso comum diz que as pessoas se matam por causa da tristeza. Acho que não. A tristeza é um estado calmo. Nesse sentido, é inofensiva. O máximo que ela faz é impedir alguém de se mover. A tristeza tira a vontade de viver, mas não gera desejo de morrer. O que leva alguém ao suicídio é a angústia, um estado extramamente não calmo, enlouquecedor. A angústia não tira a vontade de viver, mas gera desejo de morrer.

Será que os que se dizem fortes seriam capazes de suportar tudo isso? Acho que não. Aqueles que rotulam os outros de fracos, o fazem por necessidade de convencer a si mesmos de que são fortes. Será que alguém que precisa disso é forte? Cada um que tire suas conclusões.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Qualquer coincidência é, sim, mera semelhança

Solteiro
Ter vinte e poucos anos...

É quando você pára de sair com a galera e começa a perceber muitas coisas sobre você que você mesmo não conhece e pode não gostar disso. Você começa a se sentir inseguro e pensar sobre onde você vai estar daqui a um ano ou dois, mas de repente se sente inseguro porque você mal sabe onde está agora.

Você começa a perceber que as pessoas são egoístas e que, talvez, aqueles amigos que você pensou que eram tão próximos não são exatamente as melhores pessoas que você encontrou em seu caminho, e pessoas que você perdeu o contato eram algumas das mais importantes. O que você não consegue perceber é que eles percebem isso também, e não estão sendo frios, grosseiros, ou falsos, mas estão tão confusos quanto você.

Você olha para seu emprego... e não é nem perto do que você imaginava que estaria fazendo, ou talvez você esteja procurando emprego e percebendo que vai começar do zero e isso pode te assustar.

Suas opiniões se tornaram mais fortes. Você vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando mais do que o usual, porque você percebe que desenvolveu certo limites na sua vida e está constantemente adicionando coisas na sua lista do que é aceitável e o que não é.

Em um minuto, você está inseguro e no próximo, seguro. Você ri e chora com a maior força da sua vida. Você se sente sozinho, assustado e confuso.

De repente, a mudança é sua maior inimiga e você tenta se agarrar ao passado com a vida boa, mas logo percebe que o passado está cada vez mais longe, e não há nada a se fazer a não ser ficar onde está ou caminhar para a frente.

Você tem seu coração quebrado e pensa como alguém que você amava tanto pôde causar tanto estrago em você. Ou você fica deitado na cama e pensa por que você não poderia encontrar alguém decente o suficiente que você queira conhecer melhor. Ou às vezes você ama alguém e
ama outro alguém também e não consegue imaginar porque você faz isso, já que você sabe que não é uma má pessoa. Ficar com alguém por uma noite ou galinhar começam a parecer ridículos. Agir como um idiota se torna patético.

Você se preocupa sobre empréstimos, dinheiro, o futuro e construir sua própria vida...e embora ganhar a corrida seja maravilhoso, neste momento você gostaria apenas de participar dela!

O que você pode não perceber é que todos os que lêem isso encontram algo em comum. Estamos em uma das melhores e piores épocas da vida, tentando o máximo que podemos acabar com isso.

(desconhecido)

NÃO FOI ESCRITO POR MIM, ENCONTREI EM UM PERFIL DO ORKUT E REPRODUZI AQUI

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O Estranho

A convivência modifica as pessoas. Quando a convivência é longa e intensa, a pessoa muda completamente e sem mesmo se dar conta disso. Ela só pára e se dá conta de tudo, quando perde a convivência com a outra pessoa.

Antes, ela agia, pensava, falava, enxergava e sentia de um jeito. Com o tempo, a pessoa de antes vai dando lugar a uma nova, que vai surgindo a cada dia. Algum tempo depois, a diferença já é tanta, o abismo é tão grande, que a pessoa de antes é como uma estranha para a de agora.

Quando a convivência é perdida de forma abrupta, seja por imposição da vida ou voluntariamente, a pessoa se vê, do dia pra noite, diante de um estranho: seu próprio eu, o novo. Pior, ela é obrigada a conviver com esse estranho. O tempo todo. Essa é, uma das, dores da separação.

domingo, 9 de setembro de 2007

Passeando com o cachorro

Você está passeando com um cachorro na coleira. O dia está ensolarado e os passarinhos cantam. Tudo vai bem, até que o cachorro começa a querer ir em outra direção e faz força para isso, porque viu um gato, um outro cachorro, uma árvore, ou qualquer coisa que o atraiu. Você segura a coleira. Ele continua fazendo força, tenta arrastá-lo, se enforca, engasga... Algum tempo depois ele desiste, pára de fazer força e volta a andar na mesma direção que você, sem engasgar. Vocês continuam andando. Tudo vai bem, até que o cachorro novamente vê alguma coisa e começa a fazer força para mudar de direção. Você novamente segura a coleira. O cachorro insiste e, mesmo machucando o pescoço, faz força, até que desiste. Após desistir, o cachorro segue andando feliz e sorridente, na direção que você impôs a ele. Até tentar novamente...

Tenho pensado que nós, seres humanos, vivendo, somos como os cachorros passeando de coleira. Estamos sempre caminhando e sendo atraídos por alguma coisa que nos faz sair do caminho. Vamos então correndo em direção a essa coisa, mas, mais dia menos dia, nos enforcamos em nossa própria coleira e acabamos tendo que voltar. Seguimos caminhando, até que novamente somos atraídos, não raramente pela mesma coisa que antes. Novamente insistimos, insistimos, mas sempre acabamos enforcados como antes. E assim seguimos, como os cachorros, insistindo e insistindo em sair do único caminho seguro que temos para seguir. Insistindo e insistindo, e sempre nos enforcando.

Será que existe alguém, alguma coisa, segurando a nossa própria coleira? Determinando por quais caminhos e direções devemos seguir se desejamos ter paz? Será que não poderíamos seguir por esse caminho, mas estamos constantemente nos atraindo por alguma coisa e insistindo em sair dele, acreditando que podermos obter algo de bom com isso? Algo de bom, que sempre se prova ruim.

Difícil é saber quando estamos agindo assim. Mas talvez não seja tão impossível. Por exemplo, podemos olhar para a própria vida e observar como ela tem sido. O que tem acontecido. O que tem se repetido. Se ultimamente você tem ido sorrindo e voltado sofrendo, é provável que você esteja agindo assim. Sabe aquilo de insistir, insistir e nunca dar certo? Então, é isso.