segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O espelho da alma

Os olhos dizem muito sobre alguém. Talvez digam tudo aquilo que mais importa, pelo menos pra mim, saber. Quando vemos alguém pela primeira vez, ainda não temos uma idéia concebida sobre aquela pessoa, mas conseguimos ter uma intuição a respeito de como ela é: é séria, brava, aquele tipo de pessoa que só de chegar perto o clima já fica pesado, ou ao contrário, é leve, agradável, aquele tipo de pessoa que transmite alguma paz ou alegria ao ambiente em que está.

São os olhos, ou o olhar (talvez dentre outras coisas como o jeito de falar), que nos dizem isso. É a tal da primeira impressão. Em geral, ela se confirma quando passamos a conhecer a pessoa ao longo do tempo, conhecer de verdade, ir além da casca. Talvez a pessoa tenha uma casca diferente daquilo que intuimos à primeira vista, no olhar, mas a essência, no fundo, no fundo, em geral reflete aquela impressão.

Acho que é a mesma coisa que faz alguém ser rotulado de simpático ou não. Isso é o tal do carisma, ou pelo menos parte dele. Aquela pessoa que, faça chuva ou faça sol, tem sempre aquela expressão pesada, fechada, mesmo quando sorri, não é simpática, por maior que seja sua beleza física. Por outro lado, aquela pessoa que tem a expressão leve, o sorriso verdadeiro, é simpática, ainda que sem beleza física.

Quantas pessoas conhecemos que nos causam asco, que nos sentimos mal só de ficar perto, mesmo sem que elas façam algo de ruim? Quantas pessoas conhecemos que nos causam impressão contrária, que nos sentimos bem com a presença, que têm aquele sorriso com olhar vivo, com brilho, como se emanasse dos olhos algum tipo de energia que nos faz bem?

Não há nada como olhar pra alguém com aquele sorriso. Era só isso que eu estava pensando agora. Que os olhos são mesmo o espelho da alma. E a beleza da alma, é a beleza interior. Ainda bem.

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