domingo, 21 de dezembro de 2008

Riqueza

Não há pobreza maior do que aquela do espírito. Nem riqueza mais verdadeira.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Amar, gostar, se relacionar

Gostar é um sentimento egoísta. Amar é um sentimento altruísta. Um sentimento egoísta é um sentimento direcionado a si mesmo. Um sentimento altruísta é um sentimento direcionado ao outro.

Você gosta de alguém quando aquele alguém faz com que você se sinta bem de algum modo. Você ama alguém quando o sofrimento daquele alguém torna-se também seu próprio sofrimento e sua alegria torna-se também sua alegria.

É freqüente gostar sem amar. É possível amar sem gostar. É raríssimo gostar e amar. É indiferença não amar nem gostar.

Para se relacionar é necessário apenas gostar. Para se relacionar não é necessário amar. É doentio se relacionar sem gostar. É vazio se relacionar sem amar. É solitário se relacionar sem amar nem gostar. Amar, gostar e se relacionar? Simplesmente é.

Amor

Você sabe que realmente ama alguém quando, depois já ter nutrido os piores sentimentos em relação àquela pessoa, ainda sente que seria capaz de dar a própria vida por ela. E essa certeza fica ainda mais forte quando você também sente que já não tem mais vontade de se relacionar com ela de modo algum.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Perfeição

Um certo professor uma vez disse: façam o que fizerem, façam pelo prazer de fazer bem feito. Nunca me esqueci dessa frase e agora resolvi refletir sobre ela. Por que alguém gostaria de seguir tal conselho? Não seria melhor, mais fácil, mais rápido, fazer de qualquer jeito? Acho que não.

Quem faz pelo prazer de fazer bem feito tem uma recompensa automática pelo próprio trabalho: o prazer de ter conseguido fazer bem feito, o prazer de ter conseguido se superar, o prazer de ter conseguido evoluir, o prazer de ser melhor agora do que um segundo atrás. Então, mesmo que não lhe paguem nada ou que ninguém reconheça seu trabalho, ainda assim se está ganhando alguma coisa: satisfação.

O comentário óbvio: "mas e daí? o que eu faço com a satisfação? o que eu ganho com ela?". A resposta indignada: "como assim o que você faz com isso?! pra que você vive?! pra que serve a satisfação?! a própria palavra já não define a resposta?! você fica satisfeito! você fica em paz! você fica feliz! qual é o objetivo final de tudo o que vc faz na sua vida?! não é esse mesmo?!"

Quem sempre ganha mais no fim das contas então: quem faz tudo de qualquer jeito ou quem faz bem feito?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Simples

...e no fim das contas, tudo é só isso...

Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei,
Nada sei.

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso chuva para florir...



Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente,
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou.
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, e no outro vai embora.
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
E ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Almir Sater e Renato Teixeira

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Evitar

Quando a gente está com raiva, o melhor é não falar nada, porque na certa a gente vai falar besteira. Quando a gente recebe uma má notícia, o melhor é não pensar em nada, porque na certa a gente vai pensar besteira.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Natural

Você já parou pra pensar que morrer é natural e faz parte da vida? Que morrer não é uma tragédia ou uma aberração. Que, pelo contrário, aberração seria não morrer. É estranho pensar sobre isso, mas morrer é natural. Talvez pensar um pouco sobre isso possa ajudar a enxergar a morte com mais calma. E onde tem calma, tudo é sempre mais fácil.

sábado, 6 de setembro de 2008

Inconsciente

Pra mente não existe espaço ou tempo. Pra mente, existem memórias e emoções associadas a elas. Nos lembramos de algo, e automaticamente sentimos algo. Dois exemplos: nos lembramos de uma viagem que fizemos e gostamos, e nos sentimos bem com a lembrança; nos lembramos do dia em que alguém morreu, e nos sentimos mal com essa lembrança.

Atualmente e infelizmente, a lembrança de uma determinada pessoa me traz sentimentos muito fortes e ruins. Coisas como raiva e rancor. Durante os últimos meses, não tenho passado um só dia sem sentir tais coisas pelo menos uma vez. Em maior ou menor intensidade. Uma ou várias vezes. Porém, todos os dias. Mas não é esse o ponto onde quero chegar.

Tenho memórias de momentos muito bons com essa mesma pessoa. Momentos dos melhores que eu já vivi. Agora o ponto onde quero chegar: essas memórias não podem mais me trazer nenhum bom sentimento. É uma coisa muito estranha. Sempre que tento me lembrar daqueles momentos bons, é como se minha mente resistisse e imediatamente tentasse mudar meu foco. Só consigo me lembrar e muito rapidamente de cenas dessas memórias. Mas essas cenas não trazem consigo o sentimento bom que deveriam. Na verdade, elas não trazem sentimento nenhum.

Como isso é possível? Memórias sem sentimentos. Memórias que minha mente não quer que eu acesse.

domingo, 17 de agosto de 2008

Uma doença

Certos animais vivem sozinhos, por exemplo os gatos. Outros vivem em grupos, como os leões, e também os seres humanos. Assim, o ser humano é um ser social, o que significa que ele não vive sozinho. E daí?

As pessoas sentem a necessidade de serem aceitas em algum grupo. Uma pessoa ser aceita em um grupo, implica que as pessoas daquele grupo gostem dela. Ou seja, as pessoas precisam que outras pessoas gostem delas. Isso pode ser encarado como um instinto de sobrevivência (se imagine sozinho na pré-história pra enxergar melhor isso).

Uma pessoa com baixa auto-estima não gosta de si mesma. Como ela não gosta de si mesma, ela imagina que as outras pessoas também não podem gostar dela. Ainda assim, como qualquer ser humano, ela sente a necessidade de ser gostada. Como ela acredita que as pessoas não podem gostar dela por ela mesma, ela procura encontrar algum outro meio de atrair a atenção alheia. Algum outro meio para que as outras pessoas gostem dela, para que lhe dêem atenção, para que se importem. Isso acontece consciente ou inconscientemente.

É possível citar alguns exemplos para que fique mais claro:
alguém que vive contando vantagem: minha casa tem dezessete quartos, tenho nove carros e amanhã vou comprar uma Ferrari.

alguém que vive contando histórias meio absurdas e difíceis de acreditar: ontem eu fui dar uma volta e encontrei o Paul McCartney tentando compor uma música lá perto de casa; dei umas sugestões pra ele e ele disse que vai gravar.

alguém que por algum movito se gaba de familiares ou conhecidos: meu avô é suiço e minha avó alemã; meu pai é diretor financeiro da ACME e minha mãe física nuclear; meu amigo é amigo do Ronaldinho Gaúcho.

alguém que se gaba das próprias habilidades: toco seis instrumentos e agora estou dando um curso de computação quântica em Harvard.
Uma pessoa que age assim acredita que as outras pessoas vão gostar dela pelo que tem, por suas habilidades, por quem ela conhece, etc. Se ela não agir assim, ela acredita que as pessoas não vão ter motivos para gostarem dela. Afinal, se ela não gosta de si mesma simplesmente por si mesma, por que alguém iria gostar?

Os exemplos dados até aqui são de coisas que poderiam atrair as pessoas: posses, habilidades ou relacionamentos com pessoas de posses ou habilidades. Mas também há exemplos de coisas não tão positivas assim, que ao invés de atrair, teriam efeito oposto, repeliriam as pessoas. Mas que uma pessoa faz na esperança de atrair a atenção alheia para si:
alguém que vive brigando com todo mundo, sempre causando problemas, por exemplo playboys que vivem arrumando confusão em baladas.

alguém que vive falando das próprias doenças: ai meu filho, sou uma pessoa muito doente, quebrei a perna ontem e hoje o tumor que eu tenho no cérebro tá me deixando meio tonto, como minha vida é difícil.
Não são exemplos de coisas que serviriam para uma pessoa fazer propaganda sobre si mesma. Mas servem para chamar a atenção: o playboy que sempre arruma briga acredita que as pessoas vão notá-lo porque ele está brigando, e que de outro modo elas não teriam motivo nenhum para notá-lo. A pessoa que dramatiza as próprias doenças espera atrair a piedade alheia, um modo de sentir que outras pessoas se importam com ela ou, sob outro ponto de vista, que gostam dela, e que sem isso não teriam porque se importar.

Existem outros, talvez inúmeros, exemplos que poderiam ser dados. Mas o importante aqui é: pessoas com baixa auto-estima tomam os mais diversos caminhos procurando atrair a atenção alheia, procurando que alguém se importe ou goste de si. Essa busca em geral é mal-sucedida: ao invés de fazer com que os outros gostem de si, a pessoa só consegue virar motivo de chacota ou repelir os outros. E pior, nem se dá conta disso. Afinal de contas, quem é que leva a sério alguém que vive contando histórias absurdas e mirabolantes? Quem é que gosta de ficar ao lado de alguém que só consegue contar vantagem sobre si mesmo? Ou de alguém que vive falando e dramatizando as próprias doenças?

A baixa auto-estima é uma doença que se camufla sob os mais diversos sintomas. Sintomas que fazem a própria pessoa mergulhar num mar de sofrimento, virar motivo de chacota e repelir as outras pessoas. Ou seja, não traz nada de bom. Por isso, é necessário identificar e tratar a baixa auto-estima.

Passar a gostar de si mesmo é o primeiro passo para se livrar de comportamentos que fazem com que os outros não gostem de você. Ou seja, passar a gostar de si mesmo é o primeiro passo para que os outros possam gostar de você.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Ciência e Arte

Na superfície, a compreensão.
No fundo, a abstração.

Na compreensão, a linguagem.

Na abstração, a verdade.

Compreendeu o contraste,
entre a ciência e a arte?

Compreender, é explicar.
Abstrair, é enxergar.

Por isso, ciência não é arte.
Mas, fazer ciência é uma arte.

Compreensão, ciência.
Abstração, arte.

Ciência, razão.
Arte, sentido.

domingo, 27 de julho de 2008

Nessun Dorma

Nessun dorma! Nessun dorma!
Tu pure, o, Principessa,
nella tua fredda stanza,
guardi le stelle
che fremono d'amore
e di speranza.



Ma il mio mistero e chiuso in me,
il nome mio nessun sapra!
No, no, sulla tua bocca lo diro
quando la luce splendera!

Ed il mio bacio sciogliera il silenzio
che ti fa mia!

(Il nome suo nessun sapra!...
e noi dovrem, ahime, morir!)

Dilegua, o notte!
Tramontate, stelle!
Tramontate, stelle!
All'alba vincero!
vincero, vincero!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

De passagem

Minha alma resolveu vir me visitar um pouco. Ou, talvez eu a tenha convidado. Ou ambos. Não sei. Seja como for, espero que fique por aqui algum tempo.

Percebi agora uma coisa. Quando estou sem ela, em geral é quando estou olhando pra dentro e tentando entender como eu funciono. Quando estou com ela, é quando estou olhando pra fora e tentando entender como as pessoas funcionam. E como as pessoas e eu funcionamos juntos.

O que será que isso quer dizer?

domingo, 29 de junho de 2008

Das vontades, da moral e dos cornos

O comportamento de um ser humano é determinado por suas vontades, por sua ética e pelos valores morais do meio onde vive. Isso pode ficar mais claro observando-se dois extremos. Uma pessoa cuja ética é obedecer a todas as suas vontades tem seu comportamento determinado por suas vontades. Por outro lado, uma pessoa cuja ética é obedecer a todos os valores morais da sociedade onde vive tem seu comportamento determinado pelas regras sociais.

Tudo bem. E daí? Conversei com uma pessoa casada, que trai seu cônjuge. Lhe perguntei: "por que você faz isso?". A resposta, em resumo: "gosto do meu cônjuge, mas sexualmente falando, não nos damos tão bem quanto eu necessito". E continuou: "só faço o que muita gente tem vontade de fazer mas não ousa".

Onde eu quero chegar? A pessoa em questão tem um conflito: quer manter o casamento pois gosta do cônjuge, mas ao mesmo tempo necessita de uma vida sexual mais satisfatória. Ela está certa ou errada em fazer o que faz? Baseado em que você acha isso?

A vontade de uma pessoa é só a vontade de uma pessoa. Ela simplesmente existe, tem existência própria. É independente de quaisquer regras morais. Não é possível dizer: "nossa, mas aquela pessoa não pode ter tal vontade, não pode". Não interessa o que você pense disso: ela tem a vontade, a vontade existe, ponto. Ninguém tem o poder de controlar as vontades que outra pessoa sente.

Um relacionamento entre duas pessoas só é estável quando as vontades das partes concordam com as regras sociais segundo as quais elas vivem. Por exemplo: se as regras sociais determinam que cônjuges não podem manter relações sexuais com terceiros, o relacionamento entre eles será estável (inabalável) se ambos não tiverem vontade de manter relações sexuais com terceiros.

Portanto, as vontades e as regras morais determinam a estabilidade de um relacionamento entre duas pessoas. Quanto mais as vontades discordarem das regras sociais (morais) que regem o relacionamento, menos estável ele será. Por quê? Porque as vontades podem acarretar no descumprimento das regras, acarretando no rompimento do relacionamento. Ou, o cumprimento das regras em detrimento das vontades pode fazer com que o relacionamento deixe de ser interessante para as partes, acarretando em seu rompimento.

Finalmente, o que eu gostaria de concluir: as vontades produzem os relacionamentos estáveis, verdadeiros, legítimos; as regras morais mantêm os relacionamentos que perderam a estabilidade, não são mais verdadeiros, não têm mais legitimidade.

Se a pessoa com quem conversei tivesse suas necessidades sexuais satisfeitas pelo cônjuge, o relacionamento seria estável e não estaria sujeito ao rompimento que poderá se dar caso o cônjuge descubra o que a tal pessoa tem feito para satisfazer às suas vontades.

Moral da história: será que não seria mais eficiente que esses cornos(as) mantivessem seus relacionamentos naturalmente (baseado nas vontades) ao invés de artificialmente (baseado nas regras morais)?

Tudo bem que o corno é sempre o último a saber. Mas depois de ficar sabendo, a reação automática é sempre invocar as regras morais para justificar seu descontentamento diante do novo par de ornamentos que enfeita sua testa. É muito fácil fazer isso. Apontar o descumprimento das regras morais pela outra parte. Culpar exclusivamente a outra parte.

Difícil mesmo é olhar para si mesmo e enxergar qual foi sua real contribuição para que seu relacionamento se tornasse algo artificial. Difícil é responsabilizar também a si mesmo.

(vale observar que tudo isso se aplica a qualquer tipo de relacionamento entre duas pessoas, tal qual entre pais e filhos, por exemplo... quantas vezes você já ouviu que um filho deve amar seu pai e sua mãe exclusivamente pelo fato de serem seu pai e sua mãe, ignorando que além de pais e filhos são todos seres humanos que podem ou não se dar bem?)

terça-feira, 17 de junho de 2008

Seja feita a Vossa vontade

É estranho como dizemos essa frase sem nos dar conta do que estamos de fato dizendo. Até que alguma coisa de muito ruim nos acontece e nos perguntamos: por quê? Mas por que perguntamos? Fomos nós que pedimos: seja feita a Vossa vontade.

O que será que quer dizer 'a vontade de Deus'? Na minha opinão, e em termos tão simplistas quanto verdadeiros: que nos tornemos pessoas melhores. Uma pessoa melhor é aquela que sofre menos e que causa menos sofrimento. Qual é um caminho para nos tornarmos pessoas melhores? O sofrimento.

Da mesma forma que só tomando suco de laranja podemos compreender o que é suco de laranja, só através da experiência direta do sofrimento nós temos a oportunidade de compreender o sofrimento. Quando compreendemos o sofrimento, ele perde o poder que exercia sobre nós, deixa de nos afetar. O sofrimento deixa de ser sofrimento. E eliminando o sofrimento de nós mesmos, também paramos de causar sofrimento a outras pessoas. (você já viu alguém feliz querer fazer mal a outra pessoa?)

Seja feita a Vossa vontade quer dizer: eu não agüento mais sofrer, reconheço e me submeto ao Seu caminho para me livrar do sofrimento. Mas o caminho é tortuoso. Então, é bom ter consciência de que quando dizemos sinceramente 'seja feita a Vossa vontade' estamos concordando em percorrer esse caminho. E que ninguém nos obrigou a isso.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Eugênio

Eugênio finalmente estava em casa. Olhava ao redor. À direita, à esquerda. Atrás, o sofá. À frente, nada via. Deitou-se. Fecharam-se os olhos. Começou a enxergar. Um corredor, cinza. Um estrondo. Forte, agudo. Um impacto. Explodia e penetrava. Como que um soco. Perto do ouvido. Mas não era uma mão. Estava no chão, vermelho. Subitamente e aos poucos, o escuro. Finalmente livre. Abriram-se os olhos. Um soriso tímido. Alívio e esperança. Olhava à frente e agora enxergava. Uma luz no fim do túnel.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Carro, combustível e motorista

Alma: do latim anǐma. Animal: aquele provido de alma, anǐma; que por isso se move, em oposição ao vegetal, que vegeta. Animado: aquele com ânimo, anǐma, alma - força para se mover, superar a inércia. Cadê minha alma? Eu preciso dela.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Vida, número 5

Oh, when the evening sun goes down
You will find me hanging 'round
Oh, the night life ain't no good life
But it's my life

Many people just like me
Dreaming of old used-to-be
Oh, the night life ain't no good life
But it's my life

Well, listen to the blues they're playin'
Yeah, listen to what the blues are sayin'

Mine is just another scene
From the world of broken dreams
Oh, the night life ain't no good life
But it's my life

Well, listen to the blues they're playin'
Yeah, listen to what the blues are sayin'

Mine is just another scene
From the world of broken dreams
Oh, the night life ain't no good life
But it's my life

domingo, 27 de abril de 2008

Vida, número 4

Eu. Quero. Me libertar de mim mesmo. Eu vou. Eu estou vivo. Mais do que nunca. Mais do que sempre. Eu estou vivo. Eu vou viver. Cada segundo da minha vida. Até o último segundo. Pra me libertar. E me livrar de mim mesmo. De mim mesmo. Eu. Meu melhor amigo. Meu maior inimigo. Rindo ou chorando. Eu estou vivo. Ninguém. Jamais. Vai tirar isso de mim. Ninguém. Isso sou eu. Até o último segundo. E em todos os segundos após o último. Eu. Estou vivo.

sábado, 26 de abril de 2008

Vida, número 3

Vida, número 2

A vida é acompanhada de um sentimento de insatisfação permanente. A todo momento o sentimento é que alguma coisa é necessária para que tudo fique bem: é preciso conseguir um carro X, uma casa na praia, uma namorada, etc. Depois que se conseguiu tudo isso, o sentimento de insatisfação permanece: "se eu tiver um carro Y tudo vai ficar bem, o carro X não serve mais".

Insatisfação é o contrário de satisfação. Satisfação é sinônimo de paz interior. Paz interior é sinônimo de felicidade. Portanto, insatisfação é sofrimento. Só está feliz, quem está satisfeito. Quem está satisfeito, está bem como está, não precisa de mais nada.

Insatisfação é o sentimento que move as pessoas a criar: elas precisam fazer alguma coisa pra se livrar da insatisfação. Elas fazem a coisa. Em seguida, a insatisfação volta. Elas começam a pensar, e criam algo novamente. O processo se repete ao longo da vida. Toda criação humana nasce dessa insatisfação, por definição. Uma pessoa completamente satisfeita não tem motivação para criar.

Existem pessoas mais criativas e pessoas menos criativas. Será que as pessoas mais criativas são as que têm esse sentimento de insatisfação mais latente?

Criatividade pode ser uma dádiva. Mas também é sintoma de insatisfação, de sofrimento.

Vida, número 1

Com o tempo você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama ou acha que ama, e que não quer nada com você, definitivamente, não é a pessoa da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

Autor desconhecido

sábado, 19 de abril de 2008

Mais um sábado à noite

Hey, man I'm alive I'm takin' each day and night at a time
I'm feelin' like a Monday but someday I'll be Saturday night

Hey, my name is Jim, where did I go wrong
My life's a bargain basement, all the good shit's gone
I just can't hold a job, where do I belong
I'm sleeping in my car, my dreams move on

My name is Billy Jean, my love was bought and sold
I'm only sixteen, I feel a hundred years old
My foster daddy went, took my innocence away
The street life aint much better, but at least I get paid

And Tuesday just might go my way
It can't get worse than yesterday
Thursdays, Fridays ain't been kind
But somehow I'll survive

Hey man I'm alive I'm takin' each day and night at a time
Yeah I'm down, but I know I'll get by
Hey hey hey hey, man gotta live my life
Like I ain't got nothin' but this roll of the dice
I'm feelin' like a Monday, but someday I'll be Saturday night



Now I can't say my name, and tell you where I am
I want to roll myself away, don't know if I can

I wish that I could be in some other time and place
With someone elses soul, someone elses face

Oh, Tuesday just might go my way
It can't get worse than yesterday
Thursdays, Fridays ain't been kind
But somehow I'll survive

Hey, man I'm alive I'm takin' each day and night at a time
Yeah I'm down, but I know I'll get by
Hey hey hey hey, man gotta live my life
I'm gonna pick up all the pieces and what's left of my pride
I'm feelin' like a Monday, but someday I'll be Saturday night

Saturday night Here we go
Some day I'll be Saturday night
I'll be back on my feet, I'll be doin' alright
It may not be tomorrow baby, that's OK
I ain't goin' down, gonna find a way, hey hey hey

Hey man I'm alive I'm takin' each day and night at a time
Yeah, I'm down, but I know I'll get by
Hey hey hey hey, man, gotta live my life
Like I ain't got nothin' but this roll of the dice
I'm feelin' like a Monday, but someday I'll be Saturday night
I'm feelin' like a Monday, but someday I'll be Saturday night
Saturday night ,all right, all right
Saturday night

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Somewhere over the rainbow

Não quero mais saber de mulher. Vou virar viado? Não. Não quero saber de homem também. Nem de coisa nenhuma. To desistindo. Não gosto mais. Queria que tivesse um mosteiro pra eu ir morar. Assim fácil. Como entrar na faculdade. Todo ano tem vestibular. Todo mundo sabe como faz pra entrar. Será que tem vestibular pro mosteiro? Um assim bem alto. Numa montanha bem alta e isolada. Num país bem longe e isolado (me passou pela cabeça o Tibet, mas dizem as coisas andam meio agitadas por lá). Será que tem? :'-(

domingo, 30 de março de 2008

Katie - was a little girl

Katie was a little girl who said "I'll find a way".
Katie was a little girl who said "it'll be ok".
Then one day she found a little bit of something she used to drown.
She said "I'm alive and I am free, but you see I have control over me."

But will you draw the line?
Turn a blind eye to all the faces that you know?
And she said, "go".



Katie was a little girl who never found the way.
Katie was a little girl who never was ok.
Cause one day she found a little bit of something she used to drown.
She said "I'm alive and I am free, but you see I have control over me."

But will you draw the line?
Turn a blind eye to all the faces that you know?
And she said, "go".

She said "I'm alive and I am free, but you see I have control over me"...

But will you draw the line?
Turn a blind eye to all the faces that you know?
And she said, "go".

And she said... "go".

domingo, 16 de março de 2008

Meu Erro

Não é possível agir ou se comportar de um jeito tal que todo mundo goste de você. Ninguém pode agradar a todo mundo o tempo todo. Aliás. Você não pode agradar o tempo todo nem a uma única pessoa se quer. Você não pode conseguir isso. Mas, você pode tentar.

O que é necessário pra agradar alguém o tempo todo? Nunca desagradar a esse alguém. Em outras palavras: concordar o tempo todo com esse alguém. Incondicionalmente. E isso quer dizer: concordar mesmo quando os interesses da pessoa conflitam com os seus. Sendo mais claro: esquecer de si mesmo.

Tudo bem. Às vezes é necessário, e talvez até bom, abrir mão de si mesmo em favor de outra pessoa. Assim como a outra pessoa abrir mão de si mesma em seu favor. Às vezes, sim. O problema começa quando o às vezes dá lugar ao o tempo todo.

Não é possível se manter numa situação assim durante muito tempo e se manter em paz. Cada minuto que você passa deixando de lado a si mesmo, passando por cima dos próprios sentimentos, vai sendo registrado numa conta. Dia após dia. Até o dia em que você percebe que não agüenta mais manter a situação como está.

Nesse belo dia, sem mais nem menos, você pega aquela conta e cobra a outra pessoa. O que tem na conta? Muita raiva, rancor e ressentimento. Mas espere um pouco. Foi você mesmo quem resolveu esquecer de si mesmo em nome de agradar àquela pessoa o tempo todo. Foi você quem resolveu. Como você espera poder cobrá-la por isso agora? Você não pode. Foi escolha sua.

Como eu disse, você pode tentar. Mas é você quem vai pagar a conta. Afinal, foi você quem achou que precisava agradar o tempo todo. Foi você quem achou que se não agradasse o tempo todo, seria só mais um filho da puta como os outros que existem por aí no mundo. E que aliás, não são tão filhos da puta como você acreditou que fossem. Foi você quem resolveu ser bonzinho, porque você acreditou que existiam os bonzinhos e os filhos da puta. E que as pessoas gostam dos bonzinhos.

Agora, você percebeu o que todo mundo já sabia: quem quer ser bonzinho só se fode. Você não tem o direito de cobrar ninguém por isso agora. Foi você quem escolheu assim. Foi você quem sempre acreditou que dizer não faria de você um ser abominável. Por isso, resolveu que precisava sempre dizer sim. Sim, a tudo. Desse jeito, você achou que todas as pessoas iriam gostar de você e fez desse o seu objetivo de vida. Mas, você não conseguiu se tornar algo além de um ser patético com isso.

Tá vendo? Não dá mesmo pra agradar todo mundo o tempo todo sem o custo de desagradar a si mesmo. E não dá pra desagradar a si mesmo o tempo todo e arcar com esse custo. Mais cedo ou mais tarde, você aprende isso. Então, você tem uma chance de se tornar um ser um pouco menos patético.

Ah, o que é um ser patético? Sabe aqueles caras de filme americano, que são calvos, usam óculos fundo de garafa, gravata borboleta e aos quarenta anos moram com a mãe? Essa é a imagem de um ser patético.

sábado, 15 de março de 2008

Deprimente

Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite.
Sábado à noite tudo pode mudar.

Problema mesmo é quando à uma da manhã do seu sábado à noite o que está passando pela sua cabeça é que tudo o que pode mudar é a implementação (mas jamais a interface!).

Nesse momento, você se dá conta de que faz cinco horas que está estudando padrões de projeto, e não fazendo alguma coisa útil à vida, tal qual se embebedar num lugar com música alta e cheio de gente. Aí, você percebe que está deixando o trabalho tomar conta da sua vida.


Enfim, pensando bem... Deprimente mesmo seria nem se dar conta disso. Mas haja o que houver, tem gente dependendo das interfaces. A interface, por isso, jamais pode mudar. Jamais, mesmo num sábado à noite!

domingo, 9 de março de 2008

Sobre a morte, e a vida

Existem pelo menos dois mundos nos quais vivemos: o mundo exterior e o mundo interior. No mundo exterior, quando o corpo de alguém deixa de funcionar, dizemos que aquele alguém morreu. Daquele momento em diante, jamais poderemos conviver novamente com aquele alguém. Não mais conversaremos com ele, não mais olharemos em seus olhos, não mais riremos com ele, tampouco choraremos ao seu lado. Não haverá mais novas experiências ao lado daquele alguém a serem guardadas na memória.

Em nosso mundo interior, por outro lado, aquele alguém jamais deixará de existir. Ele jamais será apagado de lá. Jamais deixaremos de percebê-lo exatamente da mesma forma como percebemos qualquer outro alguém que ainda esteja vivo no mundo exterior. Aquele alguém simplesmente faz parte de nós. Nosso mundo interior não conhece espaço nem tempo. Só memórias e emoções a elas associadas. Desse modo, interiormente, simplesmente não é possível conceber a morte de alguém, pois as memórias sempre estarão vivas e tratão consigo as mesmas emoções.

Quem já perdeu alguém próximo sabe exatamente do que eu estou falando. A morte de alguém querido é um conceito simplesmente absurdo demais pra ser concebido.

E a vida. A vida é um movimento contínuo. Como cantava o Mestre: tudo muda o tempo todo, no mundo. Tudo estar sempre mudando, isso é a única que jamais muda. Portanto, a vida é como um trem sempre seguindo em frente. E se você quiser continuar enxergando um determinado vagão, precisa se mover na mesma velocidade do trem. Do contrário, você fica e o vagão se vai. O único modo de não ficar pra trás, é se mover na mesma velocidade que a vida. Porque tudo sempre vai mudar.

Frase - "a vida é como andar de bicicleta: o único modo de manter o equilíbrio é manter o movimento" - dizia um outro mestre.

Falhar

Mais valem cem falhas e nenhum acerto que nenhum acerto sem falhas. Mais valem cem falhas e nenhum acerto que um acerto sem falhas. Mais valem cem falhas e um acerto que um acerto sem falhas.

Falhe e não tenha medo de falhar. Só assim você será um ser humano completamente livre. Acertar é pura conseqüência de não ter medo de falhar. Portanto, falhe. E seja grato pelo dom de falhar.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Um objeto, Duas visões

É surpreendente me deparar, muitos anos depois, com um mesmo sentimento. Exatamente um mesmo. E agora, me dar conta de que o sentimento passado era tão desagradável quanto o presente, porém mais suportável. E por uma simples razão: antes, eu não havia conhecido outro tipo de sentimento ou de estado de espírito que não aquele. Os anos se passaram e ao longo deles vim a conhecer muitos outros sentimentos e estados de espírito mais agradáveis e certamente mais elevados. Exatamente isso torna aquele mesmo sentimento menos suportável hoje em dia. É ruim, mas como tudo, tem sua função e lado bom: não consigo mais me acomodar naquela vida interior medíocre que eu vivia. Aliás, vida não: falta dela.

sábado, 1 de março de 2008

Um sentimento

"Aqui sentado, bêbado e com o coração machucado, nesse velho piano, me esforçando pra registrar esse momento..." - assim começa a música. E de verdade, não me lembro de uma música que consiga representar um sentimento como essa. Pelo menos pra mim.

Sitting here wasted and wounded
At this old piano
Trying hard to capture
The moment this morning I don't know
'Cause a bottle of vodka
Is still lodged in my head
And some blonde gave me nightmares
I think that she's still in my bed
As I dream about movies
They won't make of me when I'm dead

With an ironclad fist I wake up and
French kiss the morning
While some marching band keeps
Its own beat in my head
While we're talking
About all of the things that I long to believe
About love and the truth and
What you mean to me
And the truth is baby you're all that I need

I want to lay you down in a bed of roses
For tonite I sleep on a bed of nails
I want to be just as close as the Holy Ghost is
And lay you down on a bed of roses



Well I'm so far away
That each step that I take is on my way home
A king's ransom in dimes I'd given each night
Just to see through this payphone
Still I run out of time
Or it's hard to get through
Till the bird on the wire flies me back to you
I'll just close my eyes and whisper,
Baby blind love is true

I want to lay you down in a bed of roses
For tonite I sleep on a bed of nails
I want to be just as close as the Holy Ghost is
And lay you down on a bed of roses

The hotel bar hangover whiskey's gone dry
The barkeeper's wig's crooked
And she's giving me the eye
I might have said yeah
But I laughed so hard I think I died

Now as you close your eyes
Know I'll be thinking about you
While my mistress she calls me
To stand in her spotlight again
Tonite I won't be alone
But you know that don't
Mean I'm not lonely I've got nothing to prove
For it's you that I'd die to defend

I want to lay you down in a bed of roses
For tonite I sleep on a bed of nails
I want to be just as close as the Holy Ghost is
And lay you down on a bed of roses

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Amigos

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!

Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos! A gente não faz amigos, reconhece-os.

Vinícius de Moraes

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Ter e Viver

Só se começa a viver quando se perde o medo de morrer. Só tem alguma coisa quem não medo de perdê-la. Do contrário, é a coisa que o tem. Você é um mero refem. Quem é refem não vive, implora, se arrasta.

Ter e viver me parecem caminhos melhores. Por mais assustadores que possam ser. E são. Tudo tem seu preço. Ter e viver parece ser bem mais caro, mas não acho que seja. Implorar e se arrastar sai muito mais caro.

É como comprar uma casa à vista ou pagar aluguel pelo resto da vida. Comprando, você paga muito dinheiro de uma vez, mas a casa passa a ser sua. Pagando aluguel, você paga um pouco a cada mês, todos os meses do resto da sua vida, e a casa jamais será sua.